sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Quisera fosse tristeza, daquelas que te deixa triste por dois, três dias, uma semana no máximo. Entretanto, o que me acompanha é a melancolia... a indefinição do ser, do querer, do poder. Já não sei se vivo ou é apenas o meu coração pulsando, o sangue bombeando que me mantém de pé. A falta de perspectiva me assalta diariamente... o peso das horas as deixam imperceptíveis... o passar dos dias já não parecem fazer qualquer sentido. Num certo buraco vive um sujeito de bom coração, mas que não mostra pra ninguém... tens uma pá contigo?

domingo, 8 de agosto de 2010

O que dizem as palavras?

Por vezes me pergunto qual o real sentido das palavras? Uma construção lógica sobreposta ao observar humano sobre o universo, tornando este plausível aos seus olhos e demais sentidos? Tomemos como exemplo o conceito de felicidade, alegria etc. Ou como prefiro chamar contentamento. Pois, felicidade ou alegria para mim soa como algo integral e por vezes absoluto. Fator não aplicável - ao meu ver - ao sentir-se contente, nos contentamos por curtos períodos ou longos períodos, por coisas menores ou maiores, daí o meu conceito relativo e fragmentado sobre o contentamento. Sinto-me contente quando estou entre os meus pais, irmãos, amigos e familiares; faço destes momentos algo singular e os valoro bastante. Sou tão incerto com as palavras como qualquer sujeito desajustado consigo e com o mundo externo, quando as uso, faço em curtas frases ou numa só palavra. Por vezes me surpreendo com certas conversas, coisa que não acontece quando contemplo o silêncio entre estas. Tento compreender o espaço vazio que ali se dispõe, por vezes desatento. Há tanto significado nas palavras quanto no silêncio, portanto compreendo que sem elas o silêncio não teria o mesmo sentido. Seria apenas uma vaga permutação no tempo e no espaço. Sei que por vezes as palavras distorcem o que se pretendia ou soam aleatórias diante do que se esperava construir ou desconstruir. Mas, tencionando-se uma conclusão que por tais motivos também aparenta inconclusiva, creio que as palavras são necessárias por motivos óbvios e incertos e que delas devemos tirar o que há de mais belo e significativo neste universo. Por estarmos inserido nessa realidade contínua.

Diego,

terça-feira, 4 de maio de 2010

Recluso

Em tempos remotos, venho fazer uma nova postagem, o motivo? De toda certeza... não sei. Cá estou num quarto passageiro de certo tempo, envolto de mim mesmo. Direto ao ponto:

Convenção

Somos todos tolos, pois
Insistimos na tolice
Somos todos repetitivos
Fazemos e dizemos o mesmo

Portas fechadas, olhos entreabertos
Percepção falha, dedução falha
Ainda acreditas em tudo
Que me disseste

Cultivamos, conquistamos
Falsas plantações, falsas ilhas
O mesmo espelho, o mesmo engano
A verdade entre as interpretações

Desleixo, falso nexo
Entre o agora e o depois
O amanhã, já não têm
O mesmo amanhecer

Diego Ferraz (Sem data)

Até mais, seja você quem for.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Despertar póstumo



Há 20 anos atrás morria um dos poetas mais corrosivo, mirabolante, incisivo nos seus pensamentos etc. Autor desaurido de sua obra. Porém, com plena certeza ele deve ter achado boa parte do que procurava. Faço das palavras dele as minhas:

"Porque longe das cercas embandeiradas que separam quintais
No cume calmo do meu olho que vê
Assenta a sombra sonora de um disco voador"

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Sedentarismo engenhoso



Cá estou, defronte a uma máquina, engenhosa, diga-se de passagem. Nela, projeta-se um tudo adimensional, inserido nele prós e contras da nossa cultuada tecnologia. Digo, por que eu também a cultuo, passo horas em frente ao computador e consoles. Aliás, estou jogando um ótimo jogo - Persona - o nome já é sugestivo, o jogo então. Estou tratando desse tema por uma simples razão, este "têm" - intrinsecamente submergido - sido o meu cotidiano. Horas e horas afinco num mundo no qual me insiro (mesmo que este seja passageiro). Completamente imerso na tela, pensamentos trespassam, mas não são tão incisivos quanto as cenas que minha mente presencia. O porquê, não sei ao certo, talvez por ter total controle naquele instante. Por um certo momento disperso-me nas brancas paredes. Tendo como desfecho o debandamento dos recentes pensamentos. Abismo periódico ao qual estou submetido nessas horas. Enlevo - incerto - e abismo certo.

Enfim, destoando do mundo real, o qual, parece prevalecer.



quinta-feira, 4 de junho de 2009

Movimentar de sombras

Quando anoitece, alguns vão de encontro ao adormercer, outros estão enternamente despertos. O sonho é só um detalhe, pernicioso à algumas mentes dispersas na escuridão. Ele não é só persuasivo nas noites de sono, mas no despertar ligeiro de qualquer manhã. Válido em certo momento, conciso em outro, porém convidativo em todos os instantes. Permutando nas noites e dias, alastrando-se nas mentes descuidadas dos adormecidos... mitigando o dia que não foi e a noite que está por vir. O sonho é uma linha frágil entre dois mundos, aquele que floresce e aquele que murcha.
(Diego Ferraz)

sábado, 16 de maio de 2009

Debandando;

"Hey! Mr. Tambourine Man, play a song for me,
I'm not sleepy and there is no place I'm going to.
Hey! Mr. Tambourine Man, play a song for me,
In the jingle jangle morning I'll come followin' you."


Dispersão espacial, voz multipolar, ecos inconstantes...
Desta vez venho com um simplório poema, versado dispersamente em linhas convergentes... advindos de um corpo desandado. Cá está ele:


(Sem título)


Apetrechos em listas
Coisas por se fazer
Coisas pra se ater
Distrações desatadas


Cruzamentos pra se cruzar
Altares pra se erguer
Reis para destronar
E firmar-se no viver


Carros na passarela
Pessoas se arrastando no asfalto
Quão vã é essa caminhada?
Quisera eu, sentar-me à relva


E observar o pulsar da vida
As estrelas cintilantes
O quebrar das horas
Num tolo descontentamento.


Diego Ferraz (14/05/09)


Aos meus leitores - inexistentes - que por aqui passam.


"Keep me searching for a heart of gold
keep me searching getting old
Keep me searching for a heart of gold
I've been a miner for a heart of gold.
And I'm getting old."