sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Despertar póstumo



Há 20 anos atrás morria um dos poetas mais corrosivo, mirabolante, incisivo nos seus pensamentos etc. Autor desaurido de sua obra. Porém, com plena certeza ele deve ter achado boa parte do que procurava. Faço das palavras dele as minhas:

"Porque longe das cercas embandeiradas que separam quintais
No cume calmo do meu olho que vê
Assenta a sombra sonora de um disco voador"

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Sedentarismo engenhoso



Cá estou, defronte a uma máquina, engenhosa, diga-se de passagem. Nela, projeta-se um tudo adimensional, inserido nele prós e contras da nossa cultuada tecnologia. Digo, por que eu também a cultuo, passo horas em frente ao computador e consoles. Aliás, estou jogando um ótimo jogo - Persona - o nome já é sugestivo, o jogo então. Estou tratando desse tema por uma simples razão, este "têm" - intrinsecamente submergido - sido o meu cotidiano. Horas e horas afinco num mundo no qual me insiro (mesmo que este seja passageiro). Completamente imerso na tela, pensamentos trespassam, mas não são tão incisivos quanto as cenas que minha mente presencia. O porquê, não sei ao certo, talvez por ter total controle naquele instante. Por um certo momento disperso-me nas brancas paredes. Tendo como desfecho o debandamento dos recentes pensamentos. Abismo periódico ao qual estou submetido nessas horas. Enlevo - incerto - e abismo certo.

Enfim, destoando do mundo real, o qual, parece prevalecer.



quinta-feira, 4 de junho de 2009

Movimentar de sombras

Quando anoitece, alguns vão de encontro ao adormercer, outros estão enternamente despertos. O sonho é só um detalhe, pernicioso à algumas mentes dispersas na escuridão. Ele não é só persuasivo nas noites de sono, mas no despertar ligeiro de qualquer manhã. Válido em certo momento, conciso em outro, porém convidativo em todos os instantes. Permutando nas noites e dias, alastrando-se nas mentes descuidadas dos adormecidos... mitigando o dia que não foi e a noite que está por vir. O sonho é uma linha frágil entre dois mundos, aquele que floresce e aquele que murcha.
(Diego Ferraz)

sábado, 16 de maio de 2009

Debandando;

"Hey! Mr. Tambourine Man, play a song for me,
I'm not sleepy and there is no place I'm going to.
Hey! Mr. Tambourine Man, play a song for me,
In the jingle jangle morning I'll come followin' you."


Dispersão espacial, voz multipolar, ecos inconstantes...
Desta vez venho com um simplório poema, versado dispersamente em linhas convergentes... advindos de um corpo desandado. Cá está ele:


(Sem título)


Apetrechos em listas
Coisas por se fazer
Coisas pra se ater
Distrações desatadas


Cruzamentos pra se cruzar
Altares pra se erguer
Reis para destronar
E firmar-se no viver


Carros na passarela
Pessoas se arrastando no asfalto
Quão vã é essa caminhada?
Quisera eu, sentar-me à relva


E observar o pulsar da vida
As estrelas cintilantes
O quebrar das horas
Num tolo descontentamento.


Diego Ferraz (14/05/09)


Aos meus leitores - inexistentes - que por aqui passam.


"Keep me searching for a heart of gold
keep me searching getting old
Keep me searching for a heart of gold
I've been a miner for a heart of gold.
And I'm getting old."

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Monólogo retraído

a-ha
You'll Never Get Over Me
(Paul Waaktaar)

You say you want some fun
You're not the only one
Not the only one

And you say you wanna run
You're not the only one
Not the only one

You will never get over me
I'll never got under you
Whenever our voices speak
It's never our minds that meet

You say you want some
You're not the only one
Not the only one

And you, you say you've come undone
You're not the only one
Not the only one

You will never get over me
I'll never got under you
Whenever our voices speak
It's never our minds that meet

You'll never get over me...

Bela música e letra.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Introdução

"Eu não devia te dizer
mas essa lua
mas esse conhaque
botam a gente comovido como o diabo."
(Poema de sete faces - Drummond)
Sim, Drummond... as noites são puros devaneios para os poetas. Quem diria, eu, noites atrás criei este "blog". Coisa incomum, mas não foi por impulso. Há meses, um grande amigo meu vêm me encorajando a criá-lo. Pois o fiz, se estou surpreso!? Talvez. Mas nada que eu não vá me adaptar. Creio que o propósito de eu ter criado esse espaço é uma tentativa (talvez vã) de se exprimir, expandir horizontes, quem sabe? Tomar conhecimento de coisas além da minha muralha.
Pretendo também, trazer poemas da minha autoria e outros não meus. Resenhas de filmes, seja uma única palavra ou um mero texto. Não sou um crítico das belas artes... sou um mero espectador do mundo que me circunda. Por fim, uma estrofe.
Fraco corpo, em que me sustento
Acalenta-te em teu alento
Mente vazia, bolso vazio
Silêncio, fome
(Atenta-te - Diego Ferraz)